Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza so braços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai, e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre o nosso tumolo nasceram flores amarelas e medrosas.
- Carlos Drummund de Andrade. "Antología poética."
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso á vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas netrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nós afastemos.
Não nós afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suícida,
não fugirei pra as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes.
A vida presente.
- Carlos Drummond de Andrade. Antología poética."
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso á vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas netrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nós afastemos.
Não nós afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suícida,
não fugirei pra as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes.
A vida presente.
- Carlos Drummond de Andrade. Antología poética."
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Mas o Paraíso esta trancado e enclausurado...
Precisamos fazer a jornada ao redor do mundo
Para vez se uma porta dos fundos talvez esteja aberta.
- Heinrich Von Kleist. "On the Puppet Theater"
Pois, se eu enxertar minhas asas nas suas
A aflição há de adiantar o voo em mim.
- George Herbert. Easter Wings
sábado, 27 de outubro de 2012
Você
Eu estou aqui sem você baby, mas você ainda esta em minha mente solitaria.
Eu estou aqui sem você baby, mas você ainda esta em meus sonhos.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
sábado, 20 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Tristão & Isolda
Tristão & Isolda
Adaptação de: Helena Gomes
Ilustração de: Renato Alarcão
Capítulo 1
Tintagel
A cabeça doía bastante, consequência do golpe na nunca que fizera o garoto desmaiar. "Que príncipe patético você é!", pensou. Mas este pensamento provocou eco e o eco só fez a dor ficar muito pior.
Tristão tentou se levantar. Sim, era esse seu nome, escolhido pela mãe, a rainha Brancaflor, que morrera logo após o filho nascer. Culpa do parto difícil, que a esgotara, e também da tristeza pela perda de Rivalen, seu marido e rei de Lyonesse, assassinado dias antes numa emboscada. Brancaflor e Rivalen tinham se amado demais, aquele tipo de amor em que um não vive sem o outro.
- Meu filho... Você nasceu em um momento de muita tristeza - sussurra a rainha. Aquelas se tornariam suas últimas palavras.
- Por isso vai se chamar Tristão...
Claro que o menino destestava o nome. "Bem, podia ser pior" costumava pensar, "melhor Tristão do que Tristonho!" . Além disso com seus doze anos, já sabia o que evitar: que um grande amor também lhe roubasse a possibilidade de ter um futuro. E, principalmente, que poupasse uma criança de carregar tanta tristeza no próprio nome!
Da mãe, Tristão herdara os traços bonitos do rosto, os olhos azuis e os cabelos loiros, muitos claros, além do talento para a música. Do pai puxara a tendência de ser mais alto e mais forte do que os garotos de sua idade, o gosto pelas armas, pela calvagada... E o azar de sempre se meter em alguma encrenca. Como aquela, aliás.
O menino fez uma careta, procurando se equilibrar sobre as duas pernas. Para falar a verdade, o chão parecia balançar...
- Ai, não! - resmungou baixinho, enfim reparando nos inúmeros caixotes com frutas sacos de careais que cercavam. - O navio zarpou e eu ainda estou abordo!
Fora esquecido, incociente, no porão de carga de um navio norueguês que retomava sua rota após fazer excelentes negócios no porto de Lyonesse, a pequenina ilha que um dia tivera Rivalen como rei. Ficava sudoeste da vizinha Cornualha, reino onde Brancaflo nascera. Fora lá que Rivalen a conhecera e a conquistara como esposa após provar ser o mais corajoso dos cavaleiros durante as batalhas contra os irlandeses, lideradas pelo irmão dela, o rei Mark.
Para tristão, não era nada fácil esconder de todo mundo que ser pai tinha sido uma grande héroi e que ele mesmo nascera como herdeiro. Morgan, o duque que traíra Rivalen para lhe roubar o trono, continuava no poder.
-Desta vez, Sir Rohalt me colocará de castigo para sempre- murmurou o garoto, encostado-se na parede do navio para espiar a manhã através de uma escotilha aberta. Viu somente o mar. No horizonte, a ilha de Lyonesse e a chance de voltar para casa estavam distantes demais.
Coubera a Rohalt esconder Tristão entre os próprios filhos, após o nascimento do menino. Para garantir sua segurança, convencera Morgan de que o principe morrera no parto, junto com a mãe, mostrando-lhe o cadaver de um recém-nascido, na verdade o filho de uma criada que nascera morto na mesmo ocasião. E, apesar de sua lealdade ao falecido Rivalen, acaitara Morgan como o novo rei. Tudo para proteger o principe e garantir que ele crescesse em paz.
"E agora estou aqui nesse navio. Indo para sabe-se lá onde..." lamentou o garoto, sentindo a culpa apertar sua garganta num desespero que logo espantou para longe
- Não sou mais uma criança para chorar! - ralhou, trincando os dentes.
Rohalt se tornara seu pai adotivo. E era um pai de pulso firme, que o tratava da mesma forma com que tratava os filhos de sangue. Tristão ganhava elogios quando merecia e castigo na medida certa quando aprontava alguma travessura. Estudava com o tutor que ensinava latim e as boas maneiras às crianças de sua familia adotiva e também dividia com elas o mesmo mestre-de-armas, seu bom professor Gorvenal, com quem aprendia a se tornar um cavaleiro.
- Um verdadeiro cavaleiro deve ser capaz de derrotar dragões! - sempre dizia o professor, que nunca mostrava satisfeito com os progressos de seu aluno mais esforçado.
Tristão se considerava um garoto corajoso. Mas daí a enfrentar dragões... Era mais uma coisa que não estava em seus planos.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
amando incodicionalmente
Tem uma chama incendiando o meu coração
Tomando conta de mim e me tirando da escuridão
Finalmente eu consigo te ver claramente
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Before the Dawn
Me encontre de novo após o anoitecer e te abraçarei
Eu não quero nada mais do que te ver aliE talvez esta noite, nós voaremos para tão longeEstaremos perdidos antes do amanhecer
domingo, 7 de outubro de 2012
Racionais Mc's
porque o guerreiro de fé nunca gela,
Não agrada o injusto, e não amarela,
O Rei dos reis, foi traído, e sangrou nessa terra,
Mas morrer como um homem é o prêmio da guerra,
Mas Óh,
Conforme for, se precisa, afoga no próprio sangue, assim será,
Nosso espírito é imortal, sangue do meu sangue,
Entre o corte da espada e o perfume da rosa,
Sem menção honrosa, sem massagem."
A vida é loka nêgo,
E nela eu tô de passagem.
À Dimas o primeiro.
Saúde guerreiro!
Não agrada o injusto, e não amarela,
O Rei dos reis, foi traído, e sangrou nessa terra,
Mas morrer como um homem é o prêmio da guerra,
Mas Óh,
Conforme for, se precisa, afoga no próprio sangue, assim será,
Nosso espírito é imortal, sangue do meu sangue,
Entre o corte da espada e o perfume da rosa,
Sem menção honrosa, sem massagem."
A vida é loka nêgo,
E nela eu tô de passagem.
À Dimas o primeiro.
Saúde guerreiro!
Projota
Cada inimigo seu vai te aplaudir de pé, quando seu escudo for o seu olhar e sua espada for sua fé.
sábado, 6 de outubro de 2012
Fallen pt.3
- Não - susssurou, lembrando... sempre lembrado... - Embarco amnha. Caso se importe ao menos um pouco comigo, não dirá mais uma palavra.
- Caso eu me importe com você - repetiu ela, quase como se estivesse falando sozinha. - Eu ... Eu amo...
- Não diga isso.
-Tenho que dizer. Eu... Eu amo você, tenho quase certeza, e se você for embora...
-Se for embora, salvarei sua vida. - A palavras foram enuciadas lentamente, tentando alcançar a parte dela que talvez se lembrasse. Será que tinha alguma coisa lá, enterrada em algum lugar? - Algumas coisas não mais importantes que o amor. Você não vai entender, mas precisa confiar em mim.
O olhar dela o atravessou. Ela deu um passo para trás e cruzou os braços. Isso era culpa dele também - sempre despertava o lado desdenhoso da moça quando a tratava assim.
- Quer dizer que existem coisas mais importantes do que isso? - ela o desfiou, pegando as mãos dele e levando-as até sua coração.
Ah, como ele queria ser ela e não saber o que aconteceria a seguir! Ou pelo menos gostaria de ser mais forte do que era e conseguir impedi-la. Se não a impedisse, ela nunca aprederia, e o passado apenas continuaria se repetindo, torturando-os num ciclo sem fim.
O calor familiar da pele dela slob suas mãos fez com que ele pendesse a cabeça para trás e gemesse. Estava tentando ignorar a proximidade entre od dois, como ele cohecia bem o toque dos lábios dela nos seus, como era amargo saber que tudo isso teria que acaber. Mas seus dedos se tocavam tão leve. Ele podia sentir seu coração acelerando através do vestido de algodão fino.
Ela estava certa. Não havia nada mais importante do que isso. Nunca houve. Ele estava prestes a ceder e toamá-la nos braços quando viu a expressão em seu rosto. Como se tivesse visto um fantasma.
Foi ela quem se afastou, com uma das mãos sobre a testa.
-Estou tento uma sensção estranha - susssurou.
Não... seria tarde demais?
Os olhos dela se estreitaram até a expressão retratada no esboço e ela voltou a se aproximar novamente, as mãos sobre o peito, seus lábios abertos de expectativa.
Diga-me que enlouqueci, mas juro que já estive exatamente aqui antes...
Então era tarde demais. Ele ergueu os olhos, trêmulos, e pôde sentir a escuridão cair sobre os dois. Ele aproveitou aquela última chance de segurá-la, de abraçá-la o mais forte que podia, como havia ansiado durante semanas.
Assim que os lábios dele se fundiram com os dela, não havia mais poder algum em suas mãos. O gosto de madressilva de sua boca o deixava tonto. Quanto mais próxima ela ficava, masi seu estômago se retorcia com a excitação e a agonia de tudo aquilo. Sua língua tocava a dele, e o fogo entre os dois ardia mais descoberta. E, ainda assim, nada disso era novidade.
O lugar tremeu. Uma aura em volta do casal começou a brilhar.
Ela não notou nada, nao estava ciente de nada, não entendia nada além daquele beijo.
Só ele sabia o que estava prestes a acontecer, quão sombria era a companhia que se preparava para se juntar áquele reecontro. Mesmo incapaz de , mais uma vez, alterar o curso de suas vidas, ele sabia.
As sombras rodopiavam diretamente acima dos dois. Tão perto que ele poderia tê-las tocado. Tão perto que o fez considerar se ela podia ouvir o que estavam sussurando. Ele observou enquanto seu rosto se obscurecia. Por um momento, viu um brilho de reconhecimento crescendo nos olhos dela.
E então não havia mais nada, absolutamente nada.
- Caso eu me importe com você - repetiu ela, quase como se estivesse falando sozinha. - Eu ... Eu amo...
- Não diga isso.
-Tenho que dizer. Eu... Eu amo você, tenho quase certeza, e se você for embora...
-Se for embora, salvarei sua vida. - A palavras foram enuciadas lentamente, tentando alcançar a parte dela que talvez se lembrasse. Será que tinha alguma coisa lá, enterrada em algum lugar? - Algumas coisas não mais importantes que o amor. Você não vai entender, mas precisa confiar em mim.
O olhar dela o atravessou. Ela deu um passo para trás e cruzou os braços. Isso era culpa dele também - sempre despertava o lado desdenhoso da moça quando a tratava assim.
- Quer dizer que existem coisas mais importantes do que isso? - ela o desfiou, pegando as mãos dele e levando-as até sua coração.
Ah, como ele queria ser ela e não saber o que aconteceria a seguir! Ou pelo menos gostaria de ser mais forte do que era e conseguir impedi-la. Se não a impedisse, ela nunca aprederia, e o passado apenas continuaria se repetindo, torturando-os num ciclo sem fim.
O calor familiar da pele dela slob suas mãos fez com que ele pendesse a cabeça para trás e gemesse. Estava tentando ignorar a proximidade entre od dois, como ele cohecia bem o toque dos lábios dela nos seus, como era amargo saber que tudo isso teria que acaber. Mas seus dedos se tocavam tão leve. Ele podia sentir seu coração acelerando através do vestido de algodão fino.
Ela estava certa. Não havia nada mais importante do que isso. Nunca houve. Ele estava prestes a ceder e toamá-la nos braços quando viu a expressão em seu rosto. Como se tivesse visto um fantasma.
Foi ela quem se afastou, com uma das mãos sobre a testa.
-Estou tento uma sensção estranha - susssurou.
Não... seria tarde demais?
Os olhos dela se estreitaram até a expressão retratada no esboço e ela voltou a se aproximar novamente, as mãos sobre o peito, seus lábios abertos de expectativa.
Diga-me que enlouqueci, mas juro que já estive exatamente aqui antes...
Então era tarde demais. Ele ergueu os olhos, trêmulos, e pôde sentir a escuridão cair sobre os dois. Ele aproveitou aquela última chance de segurá-la, de abraçá-la o mais forte que podia, como havia ansiado durante semanas.
Assim que os lábios dele se fundiram com os dela, não havia mais poder algum em suas mãos. O gosto de madressilva de sua boca o deixava tonto. Quanto mais próxima ela ficava, masi seu estômago se retorcia com a excitação e a agonia de tudo aquilo. Sua língua tocava a dele, e o fogo entre os dois ardia mais descoberta. E, ainda assim, nada disso era novidade.
O lugar tremeu. Uma aura em volta do casal começou a brilhar.
Ela não notou nada, nao estava ciente de nada, não entendia nada além daquele beijo.
Só ele sabia o que estava prestes a acontecer, quão sombria era a companhia que se preparava para se juntar áquele reecontro. Mesmo incapaz de , mais uma vez, alterar o curso de suas vidas, ele sabia.
As sombras rodopiavam diretamente acima dos dois. Tão perto que ele poderia tê-las tocado. Tão perto que o fez considerar se ela podia ouvir o que estavam sussurando. Ele observou enquanto seu rosto se obscurecia. Por um momento, viu um brilho de reconhecimento crescendo nos olhos dela.
E então não havia mais nada, absolutamente nada.
Fallen pt.2
O cabelo negro se soltara das tranças, e a expressão em seu rosto era a mesma que ele havia desenhado tantas vezes. Havia um calor subindo em sua face, Estaria zangada? Envergonhada? Gostaria de saber, mas não podia se permitir perguntar.
O que está fazendo aqui? - Ele pôde ouvir o rosnado em sua própria voz, e se arrempendeu da grosseiria, sabendo que ela nunca entederia.
- Eu... Eu não consigui dormir - gaguejou, indo em direção ao fogo e á cadeira dele. - Vi a luz em sue quarto e também de fora da porta. Vi a algum lugar?
- Eu pretendia contar a você - começou ele. Não devia mentir. Mas nunca teve a intenção de deixá-la a par de seus planos. Contar só pioraria as coisa. Já tinha deixado as coisas irem longe demais, com esperaças que essa vez fosse ser diferente.
Ela se aproximou mais um pouco e seus olhos pousaram sobre o caderno de desenho.
- Estava me desenhado?
Seu tom assuntador o lembro de como era grande o abismo entre os dois. Mesmo deppis de todo o tempo que tinha passado juntos na últimas semanas, ela não tinha nem começado a enxergar a verdade que estava por trás da atração entre eles.
Isso era bom - ou,pelo menos, era o melhor para ela. Durante os últimos dias, desde que ele resolvera ir em bora, estivera lutando para se afastar dela. o esforço lhe exigiu tanto que, assim que se viu sozinho, teve que ceder as desejo acumulado de desenhá-la. Enchera o caderno de páginas retratando sua percoço arqueado, sua clavícula marmórea, o abismo negro de seus cabelos.
Agora, ele olhava de volta para o esboço, sentindo não vergonha por ter sido surpreendido desenhando-a, mas coisa pior. Um arrepio gelado se espalhou pelo seu corpo quando percebeu que aquela descoberta - a revelação do que sentia - a destruiria. Ele devia ter tomado cuidado. Era assim que sempre começava.
-Leite morno com uma colher de melado - murmurou ele, ainda de costas. Depois, acrescentou com tristeza. - Vai ajudá-la a dormir.
- Como você sabia? Minha nossa, era exatamente iso que minha mãe costumava...
- Eu sei - Ele intenrrompeu, se virando para encará-la. O espanto na voz dela não o surpreendia, mas mesmo assim não podia explicar como sabia o que fazer, ou contar quantas vezes ele mesmo tinha preparado essa bebida no passado, quando as sombras chegavam, ou como a tinha segurando nos braços até que adormecesse.
Ele sentiu o toque dela como se o tivesse queimando através da camisa, a mão pousada gentilmente em seu ombro, fazendo-o arfar Os dois ainda nõ haviam se tocado nessa vida, e o primeiro contado sempre o deixava sem ar.
- Me responda - sussurou ela. - Esta indo embora?
- Sim.
-Então me leve com você - Disse ele abruptamente. No mesmo momento, ele viu que ela prendia a respiração, desejando ser possível retirar o que acabará de dizer. Podia ver a sucessão de emoções se formando no vinco entre seus olhos: ela se sentia empetuosa, depois desnorteada, e em seguida envergonhada pela própria ousadia. Ela sempre fazia isso e, muitas vezes antes, ele tinha cometido o erro de confortá-la nesse exato momento.
O que está fazendo aqui? - Ele pôde ouvir o rosnado em sua própria voz, e se arrempendeu da grosseiria, sabendo que ela nunca entederia.
- Eu... Eu não consigui dormir - gaguejou, indo em direção ao fogo e á cadeira dele. - Vi a luz em sue quarto e também de fora da porta. Vi a algum lugar?
- Eu pretendia contar a você - começou ele. Não devia mentir. Mas nunca teve a intenção de deixá-la a par de seus planos. Contar só pioraria as coisa. Já tinha deixado as coisas irem longe demais, com esperaças que essa vez fosse ser diferente.
Ela se aproximou mais um pouco e seus olhos pousaram sobre o caderno de desenho.
- Estava me desenhado?
Seu tom assuntador o lembro de como era grande o abismo entre os dois. Mesmo deppis de todo o tempo que tinha passado juntos na últimas semanas, ela não tinha nem começado a enxergar a verdade que estava por trás da atração entre eles.
Isso era bom - ou,pelo menos, era o melhor para ela. Durante os últimos dias, desde que ele resolvera ir em bora, estivera lutando para se afastar dela. o esforço lhe exigiu tanto que, assim que se viu sozinho, teve que ceder as desejo acumulado de desenhá-la. Enchera o caderno de páginas retratando sua percoço arqueado, sua clavícula marmórea, o abismo negro de seus cabelos.
Agora, ele olhava de volta para o esboço, sentindo não vergonha por ter sido surpreendido desenhando-a, mas coisa pior. Um arrepio gelado se espalhou pelo seu corpo quando percebeu que aquela descoberta - a revelação do que sentia - a destruiria. Ele devia ter tomado cuidado. Era assim que sempre começava.
-Leite morno com uma colher de melado - murmurou ele, ainda de costas. Depois, acrescentou com tristeza. - Vai ajudá-la a dormir.
- Como você sabia? Minha nossa, era exatamente iso que minha mãe costumava...
- Eu sei - Ele intenrrompeu, se virando para encará-la. O espanto na voz dela não o surpreendia, mas mesmo assim não podia explicar como sabia o que fazer, ou contar quantas vezes ele mesmo tinha preparado essa bebida no passado, quando as sombras chegavam, ou como a tinha segurando nos braços até que adormecesse.
Ele sentiu o toque dela como se o tivesse queimando através da camisa, a mão pousada gentilmente em seu ombro, fazendo-o arfar Os dois ainda nõ haviam se tocado nessa vida, e o primeiro contado sempre o deixava sem ar.
- Me responda - sussurou ela. - Esta indo embora?
- Sim.
-Então me leve com você - Disse ele abruptamente. No mesmo momento, ele viu que ela prendia a respiração, desejando ser possível retirar o que acabará de dizer. Podia ver a sucessão de emoções se formando no vinco entre seus olhos: ela se sentia empetuosa, depois desnorteada, e em seguida envergonhada pela própria ousadia. Ela sempre fazia isso e, muitas vezes antes, ele tinha cometido o erro de confortá-la nesse exato momento.
Fallen - No começo
Helston, Inglaterra
Setembro de 1854
Por volta da meia-noite, seus olhos finalmente tomaran forma. A expressão neles era felina, parte determinada, parte hesitante - Prontos para causar problemas. Sim, aqueles olhos estavam igualzinhos. Alcançando as sombrancelhas finas e elegantes, e centímetros da cascata escura que era seus cabelos.
Ele estendeu o braço para avaliar seu progesso no papel que segurava. Era difícil trabalhar sem que ela tivesse na sua frente, mas, de qualquer modo, nunca conseguiria desenhar na presença dela. Desde que chegaram de Londres - Não, desde que a vira pela primeira vez-, Ele precisaram tomar cuidade para mantê-la sempre a distância.
Agora, ela o abordava diariamente, e cada dia era mais difícil do que o anterior. Era por isso que ele iria embora na manhã seguinte- Para a Índia, para as Américas, não sabia e tampouco se importava. Em qualquer lugar que parasse seria mais fácil do que estar ali.
Ele se enclinou dobre o desenho de novo, suspirando ao usar o polegar para retocar o carvão borrado que delineava o voluptuoso lábio inferior. Esse papel sem vida, um cruel impostor, era a única maneira de levá-la consigo.
Então, se endireitando na cadeira de couro da biblioteca, ele sentiu. Aquela brisa morna em sua nunca. Ela.
Sua mera proximidade dava-lhe a mais peculiar das sensações, como o calor que emana de uma acha lenha, queimando até virar um monte de cinzas numa fogueira. Ele sabia sem precisar virar o rosto: ela estava lá. Escondeu o retrato no meio dos papéis amontoados em seu colo, mas não podia escapar dela.
Os olhos dele recaíram sobre o sofá estofado cor de marfim do outro lado do salão, onde apenas algumas horas antes ela aparecera inesperadamente, depois dos outros alunos de seu grupo, usando um vestido do anfitrião, que tocara uma bela música no cravo. Seu olhar cruzou a sala até a janela que dava para a varanda, onde no dia anterios ela surgira para ele com um punhado de peônias brancas nas mãos. Ela ainda achava que a atração que sentia por ele era inocente, que seus frenquentes encontros na varanda eram meramente... felizes coicidências. Tão igênua! Ele nunca contara a verdade - O segredo era um fardo que suportaria sozinho.
Ele se levantou e deu meia-volta, deixando os esboços para trás, sobre a cadeira de couro. E lá estava ela, encostada nas cornas de veludo, em seu simplis vestido branco.
Tormenta
Tormenta
Ela não estava com frio nem com medo. Sentia-se livre de tudo o que a atormentava na Terra. Livre de perigo, livre de qualquer dor que já sentiria. Livre da gravidade. E tão apaixonda. Os lábios de Daniel traçaram uma linha de beijos até o lado de seu pescoço. Ele apertou os braços em volta da cintura dela e virou-a para que o encarasse. Seus pés estavam em cima dos dele, como quando dançaram sobre o oceano na festa da fogueira. Não venta mais, o ar em torno deles era silencioso e calmo. Os únicos sons eram as asas de Daniel batendo enquanto eles pairavam no céu, e o das batidas de seu coração.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
#Fatto
The only sensible way to live in this world is without rules!
O único modo razoável de se viver neste mundo é sem regras!
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
#FATO
As vezes é mais facil você dizer que esta bem do que tentar explicar todas as razões
pelas quais você não esta.
Chris Brow
E eu apredi que muiitas pessoas não vão fazer por mim nem a metado do que eu faço por elas.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
"Meus
amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não
pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade
inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero
só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto,
não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade
seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos
sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam
para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam
o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos
para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças
e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e
estéril"
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